CONTRA O CHAMADO À MISERICÓRDIA MAL ORIENTADA: UMA RESPOSTA BÍBLICA E PATRÍSTICA AO SERMÃO HERÉTICO DA SENHORA MARIAN BUDDE

O Presidente Donald Trump cumprimenta o “Bispo” Episcopal de Washington DC


Por: Bispo Joseph.

INTRODUÇÃO


No dia seguinte à posse do presidente Donald Trump, Marian Budde, a "bispa" episcopal da Catedral Nacional de Washington, D.C., fez um discurso que, sob o disfarce de caridade cristã, sintetizou a confusão teológica e moral de grande parte do cristianismo liberal contemporâneo. Seu apelo ao presidente, que incluía um apelo por "misericórdia" para com indivíduos LGBT+, imigrantes sem documentos e vários outros grupos, foi expresso em uma linguagem que soava compassiva, mas era profundamente falha de uma perspectiva bíblica, pactual e patrística.


UM CHAMADO MAL ORIENTADO


A invocação de Budde de "nosso Deus" para justificar seu apelo por misericórdia revela um mal-entendido fundamental da misericórdia e justiça divinas. A verdadeira misericórdia não afirma comportamentos que prejudicam indivíduos ou a sociedade. Embora a Igreja seja chamada a amar todas as pessoas, ela também deve corajosamente falar a verdade sobre o pecado, pois o pecado destrói a própria dignidade e liberdade que Deus concede à humanidade como portadores de Sua imagem (Imago Dei). O cerne do problema com esse discurso político polêmico estava centrado na linha "muitas crianças gays, lésbicas e transgêneros temem por suas vidas". Embora clamar por misericórdia seja admirável e bom, defender a transição de crianças abraçando as definições errôneas de identidade que a Sra. Budde usou é simplesmente abuso infantil.

Ao igualar medos decorrentes de comportamento ilegal ou confusão moral com o sofrimento justo dos oprimidos, Budde confunde a compaixão bíblica com ideologias seculares modernas, que usam a máscara da compaixão e do amor para realizar o mal e a destruição insidiosa da alma e da sociedade moral. Sua retórica implica que a autonomia pessoal é suprema, mas a Escritura ensina o oposto: a liberdade humana só é exercida corretamente quando se alinha com a verdade de Deus e o bem comum.

A “comunidade” LGBT+, como toda comunidade humana caída, é composta de indivíduos profundamente amados por Deus. No entanto, amor não significa tolerar ações que são contrárias à Sua vontade. As Escrituras, de Gênesis a Apocalipse, ensinam consistentemente que a atividade sexual é reservada para a aliança do casamento entre um homem e uma mulher (Gênesis 2:24; Mateus 19:4-6; Efésios 5:31-33). Práticas como sodomia, mutilação de gênero e outras formas de automutilação contradizem esse desígnio divino e, em última análise, prejudicam tanto os indivíduos quanto a sociedade. Afirmar tais comportamentos como aceitáveis é negar a própria misericórdia que Budde afirma defender, pois a verdadeira misericórdia busca restaurar e curar, não deixar as pessoas em arrependimento.


A IMAGO DEI E A MISSÃO DA IGREJA


A doutrina bíblica da Imago Dei - a verdade de que todos os seres humanos são criados à imagem de Deus (Gênesis 1:27) - fornece a base para a dignidade e o valor humanos. Cada pessoa, independentemente de raça, nacionalidade ou luta pessoal, tem valor intrínseco diante de Deus. Isso inclui imigrantes e aqueles confusos sobre sua identidade ou sexualidade. No entanto, a mesma doutrina também ressalta a responsabilidade da humanidade de refletir a santidade e a ordem de Deus em nossas vidas. O pecado, longe de ser uma mera escolha pessoal, é uma afronta a essa imagem e uma ruptura no relacionamento de aliança entre Deus e Seu povo.

A missão da Igreja é chamar as pessoas ao arrependimento e à renovação por meio de Jesus Cristo, não confirmá-las em seus pecados. Os escritos dos Padres Patrísticos ecoam esse mandato. São João Crisóstomo, em suas “Homilias sobre Hebreus”, exortou os fiéis a amar os pecadores enquanto abominavam o pecado, ensinando que “aquele que ama verdadeiramente não poupa o pecado de seu irmão, mas o repreende, o adverte e o conduz de volta à verdade”. Da mesma forma, Santo Agostinho, em sua “Cidade de Deus” (Livro I, Capítulo 9), enfatizou que a misericórdia e a justiça são inseparáveis, declarando que “a misericórdia sem justiça é a mãe da dissolução; a justiça sem misericórdia é crueldade. Portanto, os dois devem se abraçar, pois é somente em sua união que a verdadeira justiça é encontrada”. A misericórdia desprovida de verdade, afirma Agostinho, é uma forma de crueldade, deixando as almas perecerem na ignorância.


UMA TRAIÇÃO TEOLÓGICA DO PATRIMÔNIO INGLÊS


O sermão de Marian Budde é um exemplo claro de como o cristianismo liberal traiu seus fundamentos teológicos e morais, e especialmente as posições morais e de aliança da Tradição do Cristianismo Inglês que seu título "Episcopal" tenta espremer para obter influência e validade. Sua linguagem reflete uma lealdade não a Jesus Cristo e Seu evangelho, mas aos ventos mutáveis ​​da ideologia secular, um pecado e erro massivos que traem os próprios fundamentos do cristianismo. Ao priorizar narrativas políticas sobre a verdade bíblica, ela mina o testemunho e a autoridade da Igreja, e quaisquer fragmentos de sinceridade e ortodoxia que os anglicanos ainda possam tentar manter.

A afirmação de Budde de que Deus “nos ensina a ser misericordiosos com o estrangeiro” é correta em princípio, mas mal aplicada na prática. A misericórdia bíblica não é uma desculpa para a ilegalidade ou compromisso moral, e é um imperativo individual à medida que respondemos às necessidades de nossos vizinhos, e não um valor cultural que deve ser imposto contra a lei da terra. Por exemplo, enquanto a Escritura nos ordena a cuidar do estrangeiro e do estrangeiro (Levítico 19:34), ela também defende a importância do comportamento legal e da responsabilidade comunitária, cuja violação resulta em punições às vezes severas. Da mesma forma, o chamado de Cristo para amar o próximo (Mateus 22:39) está enraizado na verdade dos mandamentos de Deus, não em definições subjetivas de amor ou compaixão.

Além disso, a ordenação de Budde como uma "bispa" é em si um afastamento do ensino bíblico e apostólico, o que significa que ela não detém a prerrogativa de "dividir corretamente a palavra da verdade" (2 Timóteo 2:15), e deve permanecer sob a exortação bíblica de "permanecer em silêncio na Igreja" (I Coríntios 14:34). O episcopado, conforme estabelecido por Cristo e mantido pela Igreja indivisa, não é uma plataforma para o ativismo político de bajulação feminista, mas um ofício sagrado confiado a guardiões sóbrios da fé e fortes pastores de nossas almas, para estrita conformidade com a Fé Cristã como nos foi transmitida, sem adição, subtração ou imposição de opinião pessoal. Suas ações e palavras revelam uma priorização de causas políticas liberais modernas sobre o evangelho de Jesus Cristo.


UM VERDADEIRO CHAMADO À MISERICÓRDIA DIVINA


A verdadeira misericórdia, como ensinada por Cristo e Sua Igreja, chama os indivíduos ao arrependimento e à restauração. Ela não afirma o pecado nem abandona a responsabilidade moral. Ela está enraizada no poder transformador do Espírito Santo, que nos capacita a viver de acordo com a vontade de Deus. O sermão de Marian Budde, embora envolto na linguagem da compaixão, acaba por trair tanto o evangelho quanto as pessoas que ele afirma servir. Ao substituir valores seculares pela verdade bíblica, ela perdeu qualquer reivindicação de autoridade moral ou teológica.

A Igreja deve permanecer firme em sua missão de proclamar todo o conselho de Deus, chamando todas as pessoas à liberdade e dignidade que vêm através da obediência à Sua Palavra (Atos 20:27). Nas palavras de São Gregório, o Teólogo, “Purifique-nos para sermos templos de Deus. Sejamos sacrifícios vivos, ofertas razoáveis, um sacerdócio real” (“Oração 2: Sobre o Sacerdócio”, §71). Gregório clama por uma vida de santidade, refletindo o chamado sacerdotal de todos os cristãos. Somente defendendo a verdade, conforme revelada nas Escrituras e preservada pela Igreja, podemos oferecer verdadeira misericórdia a um mundo em desesperada necessidade de redenção.


UMA ORAÇÃO COLETA ORTODOXA OCIDENTAL PARA ESTES ESTADOS UNIDOS 


Ó Deus Todo-Poderoso e Eterno, que és o Rei dos reis e Senhor dos senhores, nós humildemente Te imploramos para olhar com misericórdia para estes Estados Unidos. Conceda a esta nação paz e unidade, para que possamos estar unidos em submissão a Ti em santidade e verdade. Inspire em nós amor ao próximo, compaixão pelos velhos, os doentes, os fracos e os pobres; cuide dos órfãos e das viúvas, dos estrangeiros e dos oprimidos, para que possamos cumprir Teus santos mandamentos e refletir Teu amor a toda a humanidade. 

Proteja, ó Senhor, o Presidente Trump e o Vice-Presidente Vance, concedendo-lhes sabedoria, fidelidade e arrependimento. Capacite-os a liderar pelo exemplo em virtude e veracidade todos os dias de suas vidas. Abençoe suas famílias, suas esposas, seus filhos e todos os seus lares. Conceda-lhes a graça de governar com retidão, de trazer paz entre as nações e de curar as fraturas e divisões de nossa terra, para que possamos habitar em harmonia sob Teu cuidado soberano. 

Tem misericórdia, ó Senhor, de nossa nação errante; perdoa-nos pelo pecado do orgulho e por nosso desprezo para com os outros. Perdoa-nos por nos esquecermos de Ti, por nos afastarmos de Teus preceitos e por abandonarmos Tua santa lei. Volta nossos corações ao arrependimento, para que possamos novamente andar em Teus caminhos, temendo a Ti e glorificando Teu Nome. 

Concede, ó Pai misericordioso, que possamos brilhar como um farol da Fé Ortodoxa, dando testemunho da verdade do Santo Evangelho de Cristo. Que possamos nos arrepender verdadeiramente diante de Ti e amar a Ti de todo o coração, e ao nosso próximo como a nós mesmos, para que Tua glória possa ser manifestada em nós, através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, único Deus, pelos séculos dos séculos. Amém.

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